Psicologia da Criança

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Criança e infância nos dias atuais















        A temática abordada neste livro pela pesquisadora Márcia Elizabete Wilke Franco discute a infância como uma condição da criança. Ela realizou pesquisas em um Centro de Educação Infantil, e durante essas visitas que fazia a instituição, se deparou com inúmeras dúvidas e questões acerca do  “desaparecimento da infância”, buscou através das experiências vivenciadas com as crianças, nesse período de observações, compreender melhor o que seria de fato ser criança nos dias atuais. Mas, apesar de ter observado todas as crianças que frequentam a instituição, o seu foco principal foram às crianças do Jardim B, que no ano seguinte iriam para outra instituição de ensino, ou seja, seriam os concluintes do Centro Infantil e partiriam para uma nova realidade, a do ensino fundamental na 1ª série.

      O que a autora inicialmente fala no seu livro, é que a instituição de educação infantil não comtempla em sua prática o verdadeiro sentido da sua existência, ou seja, favorecer o desenvolvimento da criança. Muitas dessas instituições se preocupam em focalizar a sua prática pedagógica no preparo dessas crianças para o ingresso no ensino fundamental. A educação infantil tem se preocupado, muito mais com o ensino escolar, do que com a educação e o cuidado com as crianças, atuando assim, como uma escola e não como uma instituição infantil, cumprindo um papel que não lhe pertence ou que não deveria lhe pertencer. Sendo assim, cúmplice no desaparecimento da infância.

O que Franco percebeu em suas pesquisas foi que, as crianças não estavam sendo respeitadas, ou seja, não tinham a liberdade necessária para se expressar como criança, fazendo aquilo que elas mais gostam de fazer que é brincar.E dessa forma, ter o seu direito garantido de poder vivenciar de fato a sua infância com plenitude.

       Durante as observações a autora, presenciou a realização de várias atividades pedagógicas com as crianças, verificou que elas interagiam e também davam suas sugestões. Foi observada, em alguns momentos, a ausência de planejamento de atividades, que eram propostas de forma aleatória pelas professoras.  O que também lhe chamou a atenção foi à falta de consideração com as crianças no momento em que elas davam as suas ideias e sugestões do que queriam fazer naquele momento, o que prevalecia na maioria das vezes eram as propostas de atividades das professoras. Os horários da rotina da instituição, também demonstraram que não respeitam as necessidades e os desejos das crianças de realizarem atividades de acordo com o seu ritmo e as suas escolhas.

Para ela a infância deve ser vista como uma construção histórica e social, por isso as crianças não podem ser consideradas todas iguais, vista de forma homogênea em todas as épocas, pois durante todo esse processo histórico a criança foi educada e socializada de diferentes formas, de acordo com os interesses que se tem em educá-las naquele momento, e também de que ideia se tem da criança para esse processo de socialização. Existem várias definições para a infância, pois se esse conceito é histórico e social, ele com certeza têm haver com a cultura e com a sociedade em que essa criança está inserida.

Finalizando a sua pesquisa no Centro de Educação Infantil, Franco, chegou à conclusão de que é extremamente importante e necessário que as instituições infantis tenham diante das suas propostas pedagógicas, essa nova visão de conceber a criança, considerando-a de fato uma criança e não um aluno, para que ela possa vivenciar a sua infância sem correr o risco de perdê-la.

          Podemos perceber na leitura deste livro que a autora, procurou nos mostrar o quanto é importante em uma instituição de educação infantil um trabalho pedagógico voltado para crianças e não para alunos. Dessa forma, construindo uma nova visão e uma nova consciência do que é ser criança, passando a respeitá-las com características específicas de cada criança, em suas necessidades, seus desejos, suas limitações, seu ritmo, seu processo de desenvolvimento, sua realidade social, a sua cultura, enfim, valorizando cada uma, dando a elas a oportunidade de poder vivenciar a infância com liberdade e satisfação.

Referência bibliográfica:

FRANCO, Márcia Elizabete Wilke. Compreendendo a infância: Como uma condição da criança. 2 ed. Porto Alegre: Mediação.; 2006.


Simone Pereira Araújo
Graduanda do curso de Pedagogia da UEPB

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